quinta-feira, 13 de novembro de 2008

O apetite das emoções


A alimentação não é apenas um acto biológico, em que o organismo retira dos alimentos todos os nutrientes necessários para o funcionamento do organismo. A alimentação é mais que isso: é uma actividade com forte cariz emocional. Não acreditam? Então leiam o texto seguinte...

Tudo começa na infância! Muitas vezes, nessa época tão crítica da vida humana, os pais compensam a sua falta de tempo para com os filhos, dando-lhes vários alimentos deliciosos... Nada de mal até aqui! O pior acontece quando esta atitude se vai repetindo continuamente e as crianças têm um acesso constante a alimentos com elevados teores de gordura, açúcares e sal.

Também na adolescência, a dualidade "alimentação-emoção" está bem presente... Para quem não sabe, está cientificamente provado que a inclusão de um jovem num grupo está intimamente ligada aos hábitos alimentares adoptados por este... Por outras palavras: "se os meus amigos comem aquilo, eu também como". É uma atitude de aceitação, puramente emocional! Não é que isto seja muito preocupante! O pior é quando esses mesmos amigos provocam mudanças bruscas na alimentação do adolescente, indo inclusivamente contra os seus próprios gostos e interesses.

Esta "fome emocional" continua nas outras etapas da vida, mas de um modo diferente... Quantas pessoas adultas não procuram o conforto num chocolate altamente calórico ou num pacote de batata frita recheado de sal? Na verdade, segundo o que vários estudos apontam, certos alimentos causam uma grande dependência, levando a uma libertação de hormonas que provocam uma grande satisfação. Por isso mesmo, uma alimentação baseada em certos produtos mais saborosos (e calóricos!) geram uma satisfação momentânea, o que diminui o impacto de certas emoções negativas. Claro que se trata de uma ilusão... Comer conforta, mas apenas por pouco tempo!

Como vimos, existem dois tipos de fome: "fome física " e "fome emocional". São inegavelmente diferentes: a primeira é usada para suprimir as necessidades orgânicas, a segunda é usada como uma forma de conforto e até mesmo como um meio de integração grupal. No entanto, existem mais diferenças interessantes que importa ver:
  • > A fome física é gradual e paciente: o estômago dá sinais que está na hora de comer, mas não é obrigatório que se coma imediatamente. A fome emocional é súbita e urgente: num momento a pessoa não pensa em comida, no minuto seguinte ela está esfomeada. É imperativo comer de imediato.

  • > A fome física está centrada no estômago; a emocional na boca e na cabeça.

  • > A fome física é flexiva e, embora hajam preferências, é receptiva a diferentes alimentos. A fome emocional está dirigida para um dado produto, não admitindo substitutos.

  • > A fome física é deliberada; a fome emocional é automática.

  • > A fome física cessa quando o organismo está saciado; a emocional não.

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